É o racista que cria a inferioridade (Frantz Fanon)
O preto é um animal
O preto é mau
O preto é perigoso
O preto é feio
O preto treme porque tem frio
O menino treme porque tem medo do preto
O menino branco atira-se para os braços da mãe:
Mamã o preto vai-me comer…
A roupa do preto cheira a preto
Os dentes do preto são brancos
Os pés do preto são grandes
(“O mundo colonizado
É um mundo cortado ao meio
A linha divisória, a sua fronteira
É indicada pelos quartéis
E pelos postos de policia
É à coronhada, ou com napalm
Que mantêm contacto
Com o colonizado” Condenados da Terra)
Deslizo para os cantos
Fico silencioso
Aspiro ao anonimato
Ao esquecimento
Olhem, aceito tudo
Mas não mais
Reparem em mim
(relato de Frantz Fannon num poema que nunca escreveu!)