
No exílio
Os silêncios gritam
ambiguidades
pensamentos ausentes
lágrimas vestidas de raiva
impotência acomodada
Os silêncios gritam
ambiguidades
pensamentos ausentes
lágrimas vestidas de raiva
impotência acomodada
Os exilados
noutras geografias
polvilhados de nostalgia
de recusa e ostracismos.
perseguidos ou indiferentes
percorrem as ruas
da sobrevivência
convocando a amnésia
histórica adquirida.
No exílio
tragédias pessoais
crise identitária
pragmatismo
reprodução e regresso
ao(s) passado(s)
do outro
e de ninguém
Os exilados
pedreiros, estudantes,
mulheres a dias,
funcionários públicos
freiras e prostitutas
políticos arrependidos
quadros superiores
músicos, desportistas
representam esta multidão
heterogénea e descrente
ingénua e desconfortável
carne para canhão
bode expiatório
moçambicano, chinês
mexicano ou português
2 comentários:
A sensibilidade e o humanismo, características únicas de raros mortais! Felizmente, é um deles!
Agry,
agora arrepiei-me, sabe tenho um post engendrado com este título e com a música 'clandestino'de 'Mano Chao...
fantástico este poema! parabéns.
um abraço
mariam
Enviar um comentário